A Delegacia de Polícia de Giruá, liderada pela delegada Elaine Maria da Silva, concluiu o inquérito sobre a morte de uma mulher de nacionalidade argentina ocorrida na madrugada de 8 de junho, no quilômetro 65 da ERS‑344. O motorista do veículo foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, com agravante de omissão de socorro.
Segundo o laudo pericial, a vítima morreu em decorrência de politraumatismo causado por instrumento contundente — sequelas típicas de impacto de veículo. Câmeras de segurança de uma casa noturna mostraram a mulher deixando o local às 3h42min; às 3h48min, o carro já circulava com o corpo projetado sobre o teto. Por volta das 4h, o condutor acionou a Brigada Militar para informar o acidente.
No despacho de indiciamento, a autoridade policial frisou que o motorista agiu com imprudência ao não reduzir a velocidade diante da neblina e não prestar atendimento imediato à vítima, que poderia ter sido socorrida.
O que é homicídio culposo?
Conforme o Código Penal Brasileiro, o homicídio culposo ocorre quando o agente causa a morte de alguém sem intenção de matar, mas por imprudência (ato arriscado), negligência (falta de cuidado) ou imperícia (falta de habilidade). A pena varia de um a três anos de detenção, podendo ser aumentada em até um terço se o motorista, além de ocasionar o acidente, não presta socorro à vítima ou foge do local, conforme previsão do artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro.
Relembre o caso
Na madrugada de domingo, 8 de junho, um motorista que seguia de Santo Ângelo a Giruá declarou ter sentido um choque na dianteira do veículo e, acreditando ter atingido um animal, seguiu viagem. Só ao estacionar em casa, com sua caroneira, percebeu o corpo da mulher sobre o capô e acionou a Brigada Militar. A perícia do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou nove disparos de trauma contundente e encaminhou o corpo ao Posto Médico‑Legal de São Luiz Gonzaga para necropsia e identificação.
O carro foi retido para exames técnicos e tanto o condutor quanto a caroneira prestaram depoimento assistidos por advogados. Com o inquérito enviado ao Judiciário, o Ministério Público terá agora prazo para oferecer denúncia ou arquivar o caso. A decisão judicial determinará se o motorista será levado a júri ou responderá o processo em liberdade.
Redação do Grupo Sepé