GERAL
04/03/2020 às 18:59


Costureira: a arte de cerzir ‘apegos’

Costureira: a arte de cerzir ‘apegos’
Foto: Matheus Farias | Grupo Sepé

A vida de quem trabalha precisa de um pouco de ousadia. Mas, para essas mulheres precisou apenas de uma decisão: Eli Maria Meotti e a sócia, Ivone, há dez anos deixaram de trabalhar para terceiros e abriram o próprio negócio. Costureiras de mão cheia, elas abriram um ponto de costura diferenciado: que aceita apenas consertos. E, a partir desta época viram os clientes multiplicar. E não apenas mulheres procuram o serviço das costureiras: homens também. E o trabalho vai de um simples ajuste a uma barra, pregar um zíper e até mesmo fazer um remendo.

“Muitos remendas no meio das calças, para aproveitar uma roupa que gostam muito e se desgasta com o tempo”, lembra Eli. Costureira há 29 anos ela chegou a fazer vestidos de noivas e prêt-à-porter, mas garante que os consertos rendem mais: “é mais rápido e fácil”, destaca. “Além disso, não existe roupa que não possa ser consertada, então é um trabalho garantido”, complementa. A sócia, que não quis gravar entrevista, auxilia no trabalho, e as duas, juntas, conseguem garantir o complemento da renda familiar. Eli tem 3 filhos. Nenhum deles quis seguir os passos da mãe. “Eles preferiram trabalhar para outras empresas e eu não interferi”, diz ela, acrescentando que muitas vezes a renda em uma empresa é menor que a da costura.

Porém, é uma profissão que exige esforço, dedicação e muita paciência. “Muitas costuras eu já faço direto, sem alinhavo, mas no começo é preciso ter cuidado para não errar”, destacou. No município, apenas no quadrante central existem cinco costureiras.

A PROFISSÃO

A profissão de costureira existe há milhares de anos. Não há relatos históricos de datas exatas, como, aliás, a grande maioria das profissões. No entanto, esta espeficiamente remete às primeiras agulhas fabricadas: há na historiografia relatos que que as primeiras tenham sido produzidas há aproximadamente 30 mil anos, quando começaram a ser feitas de ossos e marfim.

Já a tecelagem - ato de trançar e enredar fios - surgiu há cerca de 5 mil anos e era feita com fios de pelos animais. Um detalhe que poucos conhecem é que no passado eram os homens que chefiavam os ateliers de costura e como tais eram chamados Tailleurs de Ville. Esses profissionais masculinos, altamente qualificados, surgiram na França, na Idade  Média, nos séculos XII e XIII.

Redação Jornal A Tribuna 

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