O avanço do número de casos da Covid-19 no mundo
preocupa pesquisadores e autoridades médicas. Há países na Europa que enfrentam a chamada “segunda onda” da Covid-19. Não bastasse esse cenário vêm sendo registrados casos de pessoas reinfectadas pelo Sars-Cov-2 (coronavírus).
Apenas no Rio Grande do Sul são cerca de 12 casos relatados até o momento e há vários no Brasil e no mundo.
Para ampliar esse assunto, o jornal A Tribuna entrevistou o diretor técnico do Hospital Santo Ângelo, Flavio Christensen. O médico salienta que oficialmente, no Brasil, há apenas um caso comprovado de reinfecção até o momento. “A paciente é uma médica de 37 anos, que mora em Natal, no Rio Grande do Norte. Exames mostram que a profissional foi infectada por duas linhagens diferentes do vírus.
A primeira em junho e a segunda, em outubro. A identificação foi feita pelos governos do Rio Grande do
Norte e da Paraíba, que utilizaram o método da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o sequenciamento genético.”
Christensen salienta que há no Brasil 58 casos suspeitos de reinfecção que estão sendo analisados. “Para confirmar a reinfecção são observados os seguintes critérios: mais de 90 dias entre os dois sintomas; realização de RT-PCR em dois laboratórios diferentes; e uma amostra negativa entre os episódios.
O médico explica que a reinfecção está relacionada a capacidade de produzir anticorpos, ou seja, pessoas com pouca imunidade são mais suscetíveis. “São raros, casos de reinfecção pelo coronavírus preocupa
profissionais da saúde, mas há registros de casos de
reinfecção no mundo. Foram notificadas reinfecções com sintomas leves da Covid-19 em pacientes na Bélgica e no Equador. E teve um caso mais grave nos Estados Unidos.”
O médico explica que não há dados que confirmem o vírus inativo no corpo. Uma vez curado não há mais vírus no organismo. No caso das pessoas reinfectadas isso ocorre por se tratar de uma nova cepa do vírus Sars-Cov-2.
Orientações
Os pacientes curados devem adotar as medidas de segurança diante da possibilidade de reinfecção, ou seja, uso de máscaras, álcool gel para higienização das mãos, entre outros cuidados. Flavio Christensen destaca a importância dessas medidas de segurança para evitar o contato com um vírus que pode deixar sequelas no organismo da pessoa infectada.
Dentre as sequelas, a respiração comprometida; fibrose pulmonar com redução da capacidade pulmonar; síndrome pós-UTI; alteração da sensibilidade da força motora e cognitiva; depressão; miocardites por AVC; insuficiência cardíaca e doenças vasculares.
Vacina
O médico salienta a grande expectativa em torno da vacina prevista para ser aplicada no Brasil no início de
2021. “É uma esperança no enfrentamento dessa doença que já dizimou muitas vidas.
Apesar de haver uma vacina, os protocolos de segurança permanecerão, tendo em vista possibilidade de infecção.”
HSA
O diretor técnico, Flávio Christensen, explica ainda que o crescente número de hospitalizações no Hospital Santo Ângelo preocupa os profissionais de saúde, principalmente devido a taxa de ocupação de leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que está no limite.
Para o diretor é fundamental a comunidade se conscientizar sobre a gravidade da doença e adotar as medidas de segurança, evitando as aglomerações. Segundo ele, essa é uma forma não apenas de proteção individual, mas também das outras pessoas ao evitar a rápida disseminação do vírus.
A Tribuna | Grupo Sepé