A Polícia Federal aponta o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) como sendo figura central de uma organização criminosa que tinha o objetivo de desviar verbas parlamentares. Gayer foi alvo nesta sexta-feira (25) de mandado de busca e apreensão.
“A Polícia Federal conclui pela identificação de um agrupamento de pessoas, com estrutura ordenada e divisões de tarefas, inserta em ambiente político, voltado para tredestinar verbas parlamentares, no caso sob a rubrica do deputado federal Gustavo Gayer, mediante expedientes fraudulentos, consistentes em falsificação de documentos, além do empenho de custos empresariais à conta pública”, sustenta o delegado Leonardo Américo Angelo Santos.
“Como não poderia deixar de ser, tratando-se de cota parlamentar, a figura central da organização nãop podia ser outro senão o membro do legislativo, ou quem flhe faça as vezes. No caso concreto, identificou-se com nitidez que Gustavo Gayer era quem dava a última palavra (autoria intelectual)”, diz o delegado.
O pedido de busca e apreensão foi feito em 23 de setembro pela Polícia Federal, recebeu no dia 3 de outubro o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi autorizado no dia 18 de outubro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Gayer é investigado pelos crimes de desvio de dinheiro público, falsificação de documentos e associação criminosa. O deputado negou qualquer irregularidade antes de os detalhes da investigação serem tornados públicos.
“Eu nunca fiz nada de errado. Nunca cometi nenhum crime, mas estou sendo tratado igual um criminoso pela Polícia Federal e pelo Alexandre de Moraes”, afirmou em um vídeo publicado em suas redes sociais. O celular do deputado foi apreendido na operação.
O delegado afirma existirem indícios de que Gayer “pode ter empregado recursos públicos, de cota parlamentar, destinados a arcar com aluguem de gabinete parlamentar, que era usado para funcionamento de sua empresa particular – a escola de inglês Gayer e Gayer Idiomas”.
“Levantamento da PF constatou que o espaço físico locado com cota parlamentar seria utilizado não só para funcionamento da escola de inglês Gayer e Gayer Idiomas, mas também para o desempenho das demandas referentes à loja Desfazueli”, diz o delegado.
A suposta irregularidade era de conhecimento de assessores e auxiliares do deputado. A PF destaca troca de mensagens entre o assessor João Paulo de Sousa Cavalcante e o secretário parlamentar Marco Aurelio Alves Nascimento.
CNN Brasil