A Polícia Federal (PF) divulgou, nesta terça-feira (19), que está investigando um golpe de Estado que teria sido planejado para impedir a posse do governo eleito em 2022. A Operação Contragolpe prendeu quatro militares do Exército e um agente da PF suspeitos de planejar os assassinatos de Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Os quatro militares presos integravam o quadro de Operações Especiais do Exército Brasileiro, os chamados "kids pretos", formado por oficiais da ativa ou da reserva. Esse grupo tinha um efetivo aproximado de 2,5 mil combatentes em 2023. Foram presos o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o também major Rafael Martins de Oliveira, além do policial federal Wladimir Matos Soares. Segundo a GloboNews, os militares foram presos durante a missão de segurança do G20, no Rio de Janeiro.
Conforme nota do Exército, os oficiais das forças especiais são chamados de "kids pretos" por usarem um gorro preto para cobrir a cabeça. Fazem parte do batalhão os militares voluntários que realizam os cursos de Ações de Comandos e de Forças Especiais.
A formação pode acontecer em três locais: no Centro de Instrução de Operações Especiais de Niterói (RJ), no Comando de Operações Especiais de Goiânia (GO) ou na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus (AM). Os oficiais são treinados para atuar em missões sigilosas de alto risco, como terrorismo e guerrilha, além de situações de sabotagem, fugas e operações de inteligência.
Por via de regra, os "kids pretos" só devem atuar caso houver ordem do Comando do Exército, em qualquer parte do território nacional. A instituição garantiu, em nota, que as operações só acontecem com base em arcabouços legais.
Até o momento, cinco pessoas foram presas na operação da PF. De acordo com a investigação, a organização criminosa possuía um elevado nível de conhecimento técnico-militar.
Com planejamento elaborado, a tentativa de golpe supostamente deveria acontecer em 15 de dezembro de 2022. As vítimas seriam os então candidatos eleitos ao governo federal Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, cuja movimentação estaria sendo vigiada pelos golpistas.
Fonte: GZH