A entrevista que o senador Luis Carlos Heinze (PP) deu à Rádio Gaúcha nesta quinta-feira (21) repercutiu negativamente no partido. Em vez de responder às perguntas sobre o inquérito da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, o senador desatou a falar mal do ministro Alexandre de Moraes e a desfiar teorias conspiratórias.
Heinze ignorou até os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, general Gomes Freire e da Aeronáutica, Baptista Júnior, que confirmaram a existência de um plano golpista após as eleições de 2022. Disse que não sabia das declarações, embora tenham sido dadas em junho. Em outro momento, atribuiu o quebra-quebra no Palácio do Planalto e nos prédios do Supremo e do Congresso a "milicianos" a serviço do governo Lula.
Para piorar a situação, enveredou para o tema das vacinas. Negacionista convicto, disse que agora, com a nomeação de Robert Kennedy Júnior como secretário da Saúde de Donald Trump, ficará provado que a vacinação em massa foi um crime. Também falou das urnas eletrônicas, outro tema do qual Heinze não tem simpatia — pela tecnologia ou pela verdade. Em determinado momento da entrevista, afirmou com todas as letras que houve fraude na eleição, mas apenas na escolha do presidente. Para senador ou deputado, "é diferente o caso", nas palavras dele.
Como o mandato dele termina em 2026, o PP tem motivos para se preocupar.
Fonte: Rosane de Oliveira/Colunista GZH