POLÍTICA
29/06/2025 às 10:30 por Redação


Covatti Filho pretende anunciar candidatura ao governo do RS

Covatti Filho pretende anunciar candidatura ao governo do RS
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Presidente estadual do PP, o deputado federal Covatti Filho pretende anunciar nos próximos dias sua pré-candidatura ao governo do Estado. A iniciativa é uma tentativa de amainar a divisão do partido e manter o controle sobre os rumos da legenda. 

Atualmente, há três correntes disputando espaço no PP. Mãe de Covatti, a deputada estadual Silvana Covatti tenta se cacifar para concorrer a vice-governadora, posto também cobiçado pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.

Um terceiro grupo reivindica candidatura própria, ainda que não haja inclinação por um nome específico, sob argumento de que um partido com a história e do tamanho do PP no Estado — 202 mil filiados, 1,3 mil vereadores e 164 prefeitos, além de oito deputados estaduais e três federais — precisa ser protagonista na eleição de 2026. Esse movimento tem aderência da base partidária e da militância, ciosa por um nome que atraia o eleitorado de direita na corrida ao Piratini.

Embora não esteja mais filiado, o ex-deputado e ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes tem percorrido o Interior na tentativa de galvanizar esse sentimento. A despeito do interesse em ser vice de Gabriel Souza (MDB) e para não afastar apoiadores, Ernani também tem se colocado como pré-candidato ao governo.

Articulação interna

Ciente de que a discussão sobre a postura do PP na próxima eleição está aumentando a cisão interna, inclusive com questionamentos à forma como conduz a sigla, Covatti pediu à direção nacional para lançar o próprio nome ao Piratini. Com autorização da cúpula partidária, ele informou ao presidente interino do PP no Estado, Afonso Hamm, que vai anunciar oficialmente sua pré-candidatura.

— Temos muitos candidatos a vice, mas um partido deste tamanho tem que trabalhar um candidato a governador. O Ernani diz que aceita concorrer, Nardes demonstra interesse, e agora temos o Covatti Filho se apresentando como candidato — diz Hamm.

Busca de apoio no Interior

Covatti ainda não comunicou oficialmente o partido sobre sua pretensão, tampouco a Comissão Eleitoral criada para definir eventual candidatura própria e a política de alianças. Por enquanto, ele está buscando apoio em aliados do Interior, sobretudo prefeitos e vereadores. A ação é semelhante à que Ernani vem conduzindo na região das Missões, seu berço eleitoral. O objetivo de ambos é criar um movimento que lhes dê sustentação política interna.

— Meu nome passou a ser cogitado por prefeitos, vereadores e outros líderes ligados à nossa caminhada. Vou avaliar nos próximos dias. Tem oportunidade para uma candidatura de centro-direita no Estado, mas é uma construção que precisa respeitar todo mundo, os parceiros de dentro e de fora do partido — despista Covatti.

Ruídos nos bastidores

Nos bastidores, a iniciativa de Covatti é vista como uma reação aos ruídos surgidos na executiva estadual. Durante reunião do colegiado, em março, ele foi alvo de reclamações pela suposta centralização de poder. O descontentamento se acentuou com a desenvoltura com que Silvana trabalha para concorrer a vice-governadora, uma postura que boa parte da cúpula considera ser prejudicial ao PP na correlação de forças com os demais partidos de centro-direita.

Há quem enxergue no movimento de Covatti algo semelhante ao que Gabriel Souza fez no MDB em 2022. Num primeiro momento, Gabriel se lançou como pré-candidato a governador. Após vencer os concorrentes internos, levou o partido para a chapa de Eduardo Leite, ficando com o posto de vice. 

Anseio da base

Covatti afirma que sua eventual candidatura é fruto de um anseio natural da base partidária, principalmente após o fortalecimento da legenda com a federação com o União Brasil.

— É a maior força política do Estado. Todos queremos o PP protagonista em 2026 — diz o deputado.

Lideranças históricas como o ex-presidente Celso Bernardi e o ex-governador Jair Soares tentam formar uma frente que capture esse sentimento da militância, mas em torno de uma candidatura competitiva. O temor é de que se repita o que aconteceu em 2022 com o senador Luis Carlos Heinze. Na ocasião, boa parte da base do partido migrou ainda no primeiro turno para a campanha de Onyx Lorenzoni (PL), legando a Heinze apenas 4,28% dos votos.

Fonte: GZH


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