
Mais dois suspeitos do roubo de R$ 14 milhões de um avião-pagador no aeroporto de Caxias do Sul, em junho de 2024, foram presos nesta quarta-feira, 10, pela Polícia Federal. Os homens, de 32 e 35 anos, foram detidos em São Paulo por uma força-tarefa da PF com apoio das polícias paulistas.
A investigação da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e Tráfico de Armas (Delepat) do RS aponta que eles são membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e teriam auxiliado na escolta do comboio de criminosos que se deslocou de São Paulo para o assalto, que é considerado o maior da história gaúcha.
"Esses dois indivíduos ostentam hierarquia inferior na organização criminosa, mas suas tarefas eram imprescindíveis. Não fosse o comportamento deles, o crime não teria se consumado, dado a complexidade do roubo que esses criminosos planejaram", declarou o delegado Marcio Teixeira.
Com as novas prisões, a operação Elísios, deflagrada em resposta ao assalto, já prendeu 38 pessoas e indiciou 42 envolvidos. O roubo resultou na morte do policial militar Fabiano Oliveira. Dois criminosos morreram — um na troca de tiros e um que reagiu à prisão.
Além das prisões, a investigação localizou e apreendeu na última semana, no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, dois carros de luxo que seriam de um dos mandantes do crime, ligado a facção gaúcha Bala na Cara. "Esse estacionamento, que funcionava de forma clandestina, guarnecia dois automóveis de um chefe da facção gaúcha, bastante conhecido e envolvido na autorização para que o assalto de Caxias acontecesse. Os carros agora estão à disposição da Justiça".
Em outubro, Luiz Fernando Ciareli, de 37 anos, foi preso pela investigação da operação Elísios em Osório, no Litoral Norte do RS. Segundo a PF, ele era considerado "um dos mais perigosos" assaltantes de cargas e de bancos do Brasil e o sétimo de uma lista de mais procurados da América do Sul.
Dois homens apontados como chefes do grupo paulista e que teriam financiado o crime estão foragidos. A suspeita da PF é de que eles estejam escondidos na Bolívia. São eles Alex Santos Pereira, o "Me Erra", e o Josemir Matias da Silva, o “PP”. Eles são apontados como membro da chamada "sintonia restrita" do PCC — núcleo de chefia da facção.
A PF diz que ainda está em tratativas de uma cooperação internacional para prendê-los.
"Nós ainda estamos monitorando essas duas figuras que são extremamente perigosas, estão escondidos na Bolívia e temos certa dificuldade de promover a captura. As ações de cooperação estão se desenvolvendo e acreditamos que em breve poderemos dar uma notícia positiva para a sociedade em relação a esses dois foragidos", reforçou Teixeira.
Desde 2016, o mesmo núcleo do PCC é suspeito de envolvimento em ao menos 25 grandes roubos em estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Pernambuco. As provas colhidas no RS, incluindo vestígios de DNA e mensagens trocadas entre os suspeitos, devem reforçar novas frentes de investigação em outras regiões.
Veja a lista de crimes atribuído ao grupo, segundo a investigação da operação Elísios:
Fonte: G1 RS