
Deve ser aprovada em segundo turno nesta semana a proposta que encaminha a reforma da Previdência municipal em Santo Ângelo. O tema, que gerou polêmica nos últimos dias, teve 12 votos favoráveis em plenário na sessão de segunda-feira, 8, e deve ser aprovada novamente para estabelecer novas regras de aposentadoria no serviço público municipal.
As alterações decorrem do grande desequilíbrio financeiro gerado pelo Fundo de Aposentadorias, que atualmente consome mais de R$ 5 milhões mensais em recursos próprios da prefeitura. Mesmo com elevados pagamentos, o município continua devendo mais de R$ 800 milhões ao fundo, em uma conta que só deve ser quitada daqui 30 anos.
Uma dificuldade que não é exclusividade da capital missioneira.
“Não é só Santo Ângelo, Ijuí tem grandes problemas nas questões da Previdência”, afirmou, em entrevista à Rádio Sepé nesta quinta-feira, 11, o prefeito de Ijuí, Andrei Cossetin. “Só no ano passado retiramos R$ 55 milhões dos recursos próprios para colocar na Previdência. Imaginem esse dinheiro indo para educação, saúde, para obras públicas. Por isso a reforma é tão importante, e ela não pode ser debatida politicamente. Digo isso porque é uma questão que busca garantir a aposentadoria de quem já está aposentado, as aposentadorias futuras e, principalmente, a saúde financeira do município”, completou.
Atualmente, o passivo atuarial chega a R$ 800 milhões, embora tenha se mantido neste patamar desde 2021, devido aos aportes regulares feitos pelo poder Executivo.
Cossetin falou, também, sobre as dificuldades financeiras de Ijuí a partir da queda de arrecadação na passagem de 2024 para 2025, principalmente em recursos estaduais e federais. Segundo ele, a diferença entre o que estava orçado e o valor pago foi de R$ 13 milhões. “Recursos que saem dos investimentos que estavam previstos, pois tentamos manter salários e fornecedores em dia e tivemos que cortar nas obras, naquilo que nos faria avançar em termos de infraestrutura, por exemplo. Vejo muitos municípios nesta situação, e os prefeitos que estão assumindo agora estão numa condição ainda mais delicada, pois operam com orçamentos feitos pelas gestões anteriores. Por isso, em qualquer cidade é preciso união política em torno das contas públicas”, finalizou.
Redação Grupo Sepé