GERAL
31/07/2024 às 21:12 por Redação


Venezuela prendeu mais de mil pessoas desde anúncio de vitória de Maduro

Venezuela prendeu mais de mil pessoas desde anúncio de vitória de Maduro
Foto: Federico Parra / AFP

O Ministério Público da Venezuela, órgão alinhado ao regime de Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (31) que 1.064 pessoas foram presas desde o anúncio da vitória do ditador nas eleições do último domingo (28), cujo resultado contestado pela oposição levou milhares de pessoas às ruas. De acordo com o Procurador-Geral, Tarek William Saab, os detidos vão ser acusados de envolvimento com focos de violência durante os protestos contra o regime. "Não vai ter clemência, vai ter justiça", disse Saab enquanto mostrava vídeos de depredação de casas e espaços públicos que afirma terem sido gravados a partir do pós-eleição. 

O Ministério Público também informou a morte de um policial em confrontos no estado de Aragua. Outros 77 ficaram feridos ao redor do país. Já a ONG Foro Penal, que acompanha a situação de presos políticos na Venezuela, contabilizava 429 prisões diretamente ligadas aos protestos e pelo menos 11 mortes. A líder opositora María Corina Machado, força política por trás da candidatura de Edmundo González, disse que são 16 mortes e 11 sequestros desde domingo. "Essa é a resposta criminosa de Maduro ao povo venezuelano que saiu às ruas em família, em comunidade, para defender sua decisão soberana de ser livre. Esses crimes não ficarão impunes", disse María Corina. 

A líder opositora e González reivindicam vitória nas eleições presidenciais, com pesquisas e análises independentes apontando que Maduro foi derrotado nas urnas. O regime ainda não publicou as atas que comprovariam o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no domingo, segundo o qual Maduro teve 51% dos votos e González, 44%. Países como Brasil, Colômbia e Estados Unidos pedem a divulgação desses documentos para que a vitória de Maduro nas eleições possa ser atestada, enquanto o Palácio de Miraflores afirma ter havido um ataque hacker que impossibilita sua publicação.

Desde segunda-feira (29), protestos contra o regime em diversas partes do país têm sido recebidos com repressão e violência por parte das forças policiais. O chefe das Forças Armadas venezuelanas, Vladimir Padrino López, disse que há uma tentativa de golpe de Estado em curso contra o regime comandada por "interesses do imperialismo norte-americano".

Fonte: Folha de São Paulo


Compartilhe essa notícia: